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De Lincoln a Trump, ando por Roosevelt, Nixon e Bush: veja quais foram os presentes extravagantes e inusitados recebidos pelos líderes dos EUA
A possível aceitação por parte do presidente Donald Trump de um jato de luxo avaliado em US$ 400 milhões, oferecido pelo governo do Catar, como novo modelo do Air Force One, reacendeu debates sobre presentes de alto valor vindos de autoridades estrangeiras. Apesar da controvérsia, essa prática tem precedentes que remontam à fundação dos Estados Unidos.
Desde 1776, presidentes e líderes americanos têm sido alvos de gestos extravagantes de boa vontade por parte de monarcas, chefes de Estado e governos estrangeiros.
Em 1862, Abraham Lincoln, por exemplo, recusou educadamente uma manada de elefantes oferecida pelo rei do Sião (atual Tailândia), mas aceitou uma espada ornamentada, uma fotografia da família real e duas presas de elefante — conforme registrado em carta enviada por ele ao Rei Mongkut.
Décadas depois, Winston Churchill presenteou Franklin D. Roosevelt, em 1943, com uma pintura feita por ele mesmo da Mesquita Koutoubia de Marrakech. A obra ressurgiu no mercado de arte anos depois e foi adquirida por Brad Pitt, que a deu de presente a Angelina Jolie. Mais tarde, ela a revendeu por impressionantes US$ 11,5 milhões.
Em 1972, após a histórica visita de Nixon à China, o país presenteou os Estados Unidos com dois pandas gigantes, Ling-Ling e Hsing-Hsing, que se tornaram estrelas no Zoológico Nacional em Washington, D.C.
Outro presente inusitado veio em 1997, quando o presidente Bill Clinton e sua esposa, Hillary, receberam um tapete bordado com seus rostos, confeccionado em apenas um dia por 12 artesãs do Azerbaijão.
A lista de itens peculiares continua. Em 2003, George W. Bush recebeu 136 quilos de cordeiro cru do então presidente argentino Néstor Kirchner. Também foi presenteado com um filhote de cachorro pelo presidente da Bulgária, animal que acabou sendo doado a amigos da família Bush.
Seu pai, George H. W. Bush, por sua vez, ganhou em 1990 um dragão de Komodo do presidente da Indonésia — presente que acabou sendo enviado ao zoológico.
Mas talvez o presente mais luxuoso e emblemático tenha sido a caixa de rapé de ouro e diamantes recebida por Benjamin Franklin em 1785, ao fim de sua missão diplomática na França. Ofertada pelo Rei Luís XVI, a peça continha 408 diamantes e uma miniatura do monarca.
O gesto gerou intenso debate sobre influência estrangeira e acabou inspirando a criação da Cláusula de Emolumentos na Constituição dos EUA, que proíbe funcionários do governo de aceitar presentes de representantes estrangeiros sem aprovação do Congresso.
A filha de Franklin, Sarah, herdou a caixa e, ao longo do tempo, foi removendo os diamantes — doando ou vendendo-os. Atualmente, a relíquia está em exibição na Sociedade Filosófica Americana, na Filadélfia.
Segundo a legislação vigente, qualquer presente estrangeiro avaliado em mais de US$ 480 recebido por autoridades do Poder Executivo deve ser declarado. Presidentes podem manter tais itens apenas se pagarem o valor de mercado; caso contrário, os presentes devem ser transferidos para uso institucional, como em bibliotecas presidenciais.
No caso do jato catariano, Trump afirmou que, após seu mandato, a aeronave seria destinada à sua biblioteca presidencial. No entanto, especialistas em ética e transparência expressam preocupação com a possível influência do Catar, país que, nos últimos anos, tem intensificado sua atuação política em Washington.
Outro episódio controverso envolveu a visita de Trump à Arábia Saudita em 2017, quando recebeu uma espada, uma adaga e três mantos forrados com o que parecia ser pele de tigre e chita branca.
Ele manteve os itens até o fim do mandato, sem declará-los. Mais tarde, eles foram entregues à istração de Serviços Gerais e apreendidos pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, que concluiu que as peles eram falsas.
Apesar das regras e do escrutínio público, os presentes de líderes estrangeiros continuam a levantar questões delicadas sobre diplomacia, simbolismo e influência — e parecem destinados a continuar como parte intrigante do ritual presidencial norte-americano.