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Matérias / Família imperial brasileira

Os bastidores expulsão da família imperial após a Proclamação da República

Em entrevista, a historiadora Mary del Priore resgata o dia 15 de novembro de 1889, dia decisivo para o futuro da família imperial

Luiza Lopes Publicado em 02/10/2024, às 18h00 - Atualizado em 15/11/2024, às 09h22

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A família imperial brasileira em 1889 - Wikimedia Commons via Otto Hees
A família imperial brasileira em 1889 - Wikimedia Commons via Otto Hees

O dia 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República do Brasil, marcou uma virada decisiva para o futuro da família imperial brasileira.

O movimento republicano, liderado por setores do Exército e grupos civis, se viu insatisfeito com o governo de D.Pedro II e acreditava que o modelo monárquico já estava ultraado. A proclamação, por sua vez, ocorreu de forma relativamente pacífica, com poucos confrontos. 

Agora, o episódio que entrou para os livros de História é resgatado pela historiadora Mary del Priore no livro 'Segredos de uma Família Imperial', lançado pela Editora Planeta. Na obra, a escritora utiliza documentos e testemunhos para examinar a trajetória dos Orleans e Bragança após a queda do Império.

Em entrevista ao site Aventuras na História, Priore relembra o episódio e dá detalhes do dia que definiu os rumos do país. 

Família imperial
Capa do livro 'Segredos de uma Família Imperial' - Divulgação

‘Surpreendidos’

A família recebeu a notícia na madrugada de 16 de novembro, e não ofereceu resistência. Na ocasião, estavam reunidos D. Pedro II e sua esposa Teresa Cristina, além da princesa Isabel, Conde d'Eu e os filhos D. Pedro de Alcântara, D. Luís e D. Antônio Gastão. Também estava presente Pedro Augusto, filho mais velho da falecida Leopoldina

"Eles foram surpreendidos. Os soldados começaram a bater à porta, às duas horas da manhã, enquanto todos estavam vestidos de camisolas, dormindo, completamente despreparados. Então, realmente, deve ter sido dramático", conta a historiadora Mary Del Priore ao Aventuras na História. 

A historiadora também explica que o imperador, D. Pedro II, "não quis fazer absolutamente nada, a não ser designar um ministro odiado, o Deodoro da Fonseca", sugerindo que a falta de ação do monarca foi decisiva para o desfecho da noite dramática. 

Naquele mesmo dia, a família imperial foi informada de que deveria deixar o país. Os criados da casa, tomados pela emoção, ajoelharam-se e choraram ao ver a família partir, afirma a historiadora. "Beijavam as mãos de Isabel e do imperador", relata Priore.

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Fotografia da imperatriz Teresa Cristina, tirada no ano 1888, e de D. Pedro II, do ano de 1876 / Créditos: Wikimedia Commons via Félix Nadar; Wikimedia Commons via Mathew Brady/Levin Corbin Handy

Exílio

Eles tiveram apenas algumas horas para se preparar. Sob uma chuva intensa, a família seguiu para França e Império Austro-Húngaro, embarcando a bordo do navio “Sergipe”. 

Priore conta que a própria imperatriz, Teresa Cristina, que era muito católica, repetia: "Eu não sabia, nos pegaram de surpresa. Ainda bem que estamos juntos, podia ser pior".

A escritora também relembra que, na época, grandes golpes republicanos estavam ocorrendo por toda a Europa.

"Em 1917, nós vamos ver um pouco adiante a família do czar da Rússia completamente dizimada. Havia muito terrorismo anarquista. Então, óbvio que tudo isso pairava como um fantasma", afirma. 

A saída da família imperial representou o desfecho de uma era que, até então, parecia eterna. Para Priore, o período que se inaugurou foi marcado por um "mergulho coletivo em melancolia", já que não foi apenas o império que chegou ao fim, mas um ciclo de grandezas, como as grandes fazendas de café e as casas de engenho.

O legado da família, no entanto, “permaneceu vivo, mesmo à distância”, e o Brasil “seguiu seu caminho, enfrentando suas próprias crises e mudanças”.