Estudo da IARC aponta crescimento de 38% nos diagnósticos e 68% nas mortes em 25 anos, com impacto significativo no Reino Unido
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/02/2025, às 19h30
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou um estudo alarmante sobre o futuro do câncer de mama.
A análise prevê um aumento global de 38% nos diagnósticos e 68% nas mortes pela doença até 2050. No Reino Unido, a situação é ainda mais preocupante, com um aumento estimado de 21% nos casos e 42% nas mortes.
Segundo o estudo, publicado na revista Nature Medicine, se as tendências atuais continuarem, o mundo registrará 3,2 milhões de novos casos e 1,1 milhão de mortes por ano até 2050.
No Reino Unido, os casos devem saltar de 58.756 por ano em 2022 para 71.006 em 2050, enquanto as mortes arão de 12.122 para 17.261 no mesmo período.
A Dra. Joanne Kim, cientista da IARC e uma das autoras do relatório, destaca a gravidade da situação: "A cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas com câncer de mama no mundo todo e uma mulher morre da doença, e essas estatísticas estão piorando", disse no estudo.
O aumento projetado de casos é atribuído a diversos fatores, como o crescimento e envelhecimento da população global, melhorias na detecção e diagnóstico, e a maior prevalência de fatores de risco conhecidos, como envelhecimento, genes defeituosos herdados e histórico familiar da doença.
No entanto, os autores do estudo ressaltam que cerca de um quarto dos casos de câncer de mama podem ser prevenidos através da adoção de hábitos saudáveis, como a redução do consumo de álcool, a manutenção de um peso saudável e a prática regular de atividade física.
Segundo o 'The Guardian', o câncer de mama é a forma mais comum de câncer em mulheres em todo o mundo, mas sua incidência e mortalidade variam significativamente entre os países.
As taxas de diagnóstico são mais altas na Austrália e Nova Zelândia, América do Norte e norte da Europa, enquanto as taxas de mortalidade são mais elevadas na Melanésia e Polinésia, e na África Ocidental.
A Dra. Isabelle Soerjomataram, vice-chefe do ramo de vigilância do câncer da IARC, enfatiza a importância do diagnóstico precoce e do o ao tratamento: "O progresso contínuo no diagnóstico precoce e o o aprimorado ao tratamento são essenciais para abordar a lacuna global no câncer de mama e garantir que a meta de reduzir o sofrimento e a morte por câncer de mama seja alcançada por todos os países do mundo", disse no estudo.
