Em seu aniversário de 10 anos, o Especial de Natal do Porta dos Fundos foi cancelado; descubra o motivo e relembre as principais polêmicas
Redação Publicado em 13/12/2023, às 17h57 - Atualizado em 14/12/2023, às 10h04
Já se tornou tradição: todo final de ano, o canal de comédia Porta dos Fundos compartilha seu Especial de Natal, onde agens da Bíblia são repaginadas e retratadas com base em pautas atuais. Mesmo com as críticas de grupos religiosos e conservadores, que não concordam com a representação de temas como homossexualidade, racismo e machismo, isso nunca impediu que o programa fosse lançado, até agora.
Mas a desaprovação destes grupos não foi o motivo que levou ao cancelamento do especial de 2023, que chegou a ser gravado, e sim o atual conflito entre Israel e o Hamas. Segundo os idealizadores do programa, eles suspenderam o lançamento pelo “timing não ser adequado”.
Relembre os especiais mais polêmicos dos últimos anos:
Produzido em forma de desenho animado, este especial disponível na Paramount+ retrata Jesus Cristo (na voz de Rafael Portugal) em sua luta contra dificuldades enfrentadas por adolescentes comuns. Conforme repercutido pelo UOL, grupos conservadores condenaram a produção ficcional por representar Cristo em um prostíbulo, falando sobre pornografia, e por levantar a hipótese de como seria se ele fosse uma mulher.
O programa deste ano, repercutido pela Netflix, foi o que mais causou polêmica até hoje. No enredo, Jesus Cristo (Gregório Duvivier) namora um homem chamado Orlando (Fábio Porchat), o que por si só foi suficiente para gerar controvérsias. Além disso, Deus é tido como um mentiroso, o que causou revolta entre representantes religiosos e políticos. Após o lançamento do especial, a sede do grupo foi atacado por bombas.
Este foi o primeiro programa de Natal do Porta dos Fundos lançado na Netflix, o que garantiu uma repercussão nacional ainda maior. Com uma sátira inspirada no filme ‘Se Beber, Não Case!’ (2009), o episódio irritou grupos religiosos ao mostrar os apóstolos de ressaca no dia seguinte à última ceia, mas agradou os críticos, que agraciaram a produção com o Emmy Internacional na categoria melhor comédia.
Apresentado como um documentário, o especial de 2017 retrata o momento em que Deus pede a Noé para construir uma arca. Inicialmente, Deus queria falar com o padre Fábio de Melo, mas acaba tendo que lidar com um construtor preguiçoso, que não cumpre com os requisitos ou prazos necessários para construir a embarcação.
Em quatro esquetes, a trajetória de Jesus Cristo é representada pelo ator Fábio Porchat, incluindo a lavagem de pés e os momentos pós-crucificação. José (Duvivier) e Maria (Clarice Falcão) participam de um programa de TV, onde revelam que Cristo, na verdade, é filho de Deus (Gabriel Totoro), em um momento marcado por testes de DNA e conflitos entre a família.
Este programa apresenta uma entrevista com Cristo e narrativas adaptadas do Antigo Testamento. No roteiro, Deus, interpretado por Porchat, tenta persuadir Moisés (Luis Lobianco) a registrar os Dez Mandamentos, porém, ele aparece inicialmente na forma de um homem negro (Babu Santana). Diante disso, Moisés, influenciado por preconceitos raciais, questiona a identidade divina até que Deus retorna na forma de um homem branco (Porchat), o que finalmente o convence.
No seu primeiro especial de Natal, o Porta dos Fundos retratou diversas agens bíblicas, incluindo uma cena em que Jesus Cristo (Duvivier) apresenta aos seus pais uma seguidora, Maria Madalena (Letícia Lima), como sua namorada. Quando o assunto da profissão de Maria Madalena, supostamente uma prostituta, surge, Jesus tenta mudar de assunto. Esse episódio marcou a primeira polêmica entre o Porta dos Fundos e a Igreja.
