{ "@context": "http://schema.org", "@type": "Article", "mainEntityOfPage": { "@type": "WebPage", "@id": "https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/o-intrigante-templo-submerso-descoberto-em-napoles.phtml" }, "headline": "O intrigante templo submerso descoberto em Nápoles", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/o-intrigante-templo-submerso-descoberto-em-napoles.phtml", "image": [ { "@type":"ImageObject", "url":"https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Faventurasnahistoria.com.br%2Fmedia%2Fs%2F2025%2F05%2Fdesign-sem-nome-2025-05-15t083811124.jpg", "width":"1280", "height":"720" } ], "dateCreated": "2025-05-16T12:00:00-03:00", "datePublished": "2025-05-16T12:00:00-03:00", "dateModified": "2025-05-20T07:04:00-03:00", "author": { "@type": "Person", "name": "Giovanna Gomes", "jobTitle": "Repórter", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/autor/giovanna-gomes/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Aventuras na História", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/static/logo/ah.svg", "width":"120", "height":"60" } }, "articleSection": "Mat\u00e9rias", "description": "Em 2023, uma equipe de arqueólogos identificou, ao longo da costa italiana, estruturas milenares que estavam ocultas sob as águas do Mar Mediterrâneo" }
Em 2023, uma equipe de arqueólogos identificou, ao longo da costa italiana, estruturas milenares que estavam ocultas sob as águas do Mar Mediterrâneo
Publicado em 16/05/2025, às 12h00 - Atualizado em 20/05/2025, às 07h04
Perto de Nápoles, na Itália, um curioso templo submerso emergiu do ado. Arqueólogos descobriram, ao longo da costa italiana, estruturas milenares que estavam ocultas sob as águas: dois altares de mármore branco, lajes inscritas em latim e vestígios de um templo que, segundo os especialistas, foi erguido há cerca de 2.000 anos por imigrantes do antigo reino nabateu — a mesma civilização que construiu o famoso "Tesouro" de Petra, imortalizado no filme Indiana Jones e a Última Cruzada.
As ruínas estavam soterradas e preservadas no litoral de Pozzuoli, uma cidade localizada na região vulcânica de Campi Flegrei, a cerca de 16 quilômetros de Nápoles.
Na Roma Antiga, Pozzuoli era conhecida como Puteoli, um porto comercial vital onde navios de todos os cantos do império desembarcavam com cargas de grãos, especiarias e outros produtos. Porém séculos de atividade vulcânica alteraram dramaticamente a geografia costeira, afundando parte da cidade e transformando-a em uma cápsula do tempo.
De acordo com informações do portal Scientific American, a possibilidade de um templo no local já havia sido levantada no século 18, quando mergulhadores encontraram artefatos no mar.
Mas só em 2023, com um mapeamento detalhado do fundo marinho, foi possível identificar duas salas de arquitetura romana, medindo aproximadamente 10 por 5 metros, com paredes ainda de pé. Encostados em uma das paredes estavam os altares, decorados com recessos retangulares, provavelmente criados para abrigar pedras sagradas.
O detalhe mais revelador estava nas lajes: a inscrição "Dusari sacrum", ou "consagrado a Dushara", revela que o templo era dedicado ao principal deus da religião nabateia.
"Parece que temos um edifício dedicado aos deuses nabateus, mas com arquitetura romana e inscrição em latim", comentou Michele Stefanile, arqueóloga marítima da Scuola Superiore Meridionale e autora principal do estudo publicado na revista Antiquity.
A presença nabateia em Puteoli faz sentido do ponto de vista histórico. Do século 4 ao 2 a.C., os nabateus controlavam rotas comerciais vitais que transportavam incenso, ouro, perfumes e marfim por todo o deserto da Península Arábica até o Mediterrâneo. Sua capital, Petra, prosperava com essa rede, e não é surpreendente que seus comerciantes tenham levado também seus deuses e rituais aos portos mais importantes de Roma.
Mas a glória não durou. Em 106 d.C., o imperador romanoTrajano anexou Nabateia ao império, criando a província da Arábia e enfraquecendo o domínio comercial dos nabateus.
Logo depois, o templo de Pozzuoli foi destruído e soterrado com uma mistura de concreto e cerâmica quebrada — possivelmente um reflexo da perda de influência dos comerciantes nabateus na região.