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Nos anos 1970, esqueletos foram encontrados abraçados no momento da morte; os "Amantes de Hasanlu" foram vítimas de violento massacre em 800 a.C.
Publicado em 11/05/2025, às 10h00 - Atualizado em 13/05/2025, às 19h19
Durante escavações em um local de massacre de 2.800 anos, onde hoje é o atual Irã, arqueólogos tiveram uma grande surpresa ao encontrarem um par de esqueletos entrelaçados. Os restos mortais parecem ter morrido enquanto davam um abraço apaixonado, o que os levou a ficarem conhecidos como os "Amantes de Hasanlu".
Mas a história deles é muito mais complexa do que pode parecer, afinal, embora os "Amantes de Hasanlu" possam parecer um casal heterossexual, estudos comprovaram se tratar dos esqueletos de dois homens. Assim, cientistas apontam que é impossível saber qual era exatamente a ligação entre eles; ou sequer se eles se conheciam ou eram amantes.
Há inúmeras possibilidades: serem amigos, familiares ou estranhos que se apoiam em um momento de afeto antes de uma tragédia terrível no fim da vida. O fato é que nossa interpretação deles como amantes se baseia muito mais numa perspectiva moderna que pode deixar de lado a verdadeira história por trás disso.
Conheça a história dos "Amantes de Hasanlu", desde sua morte misteriosa em um sanguinário massacre, em 800 a.C., até o debate sobre seu relacionamento!
Esse recorte da história começa em 800 a.C., em um assentamento localizado no extremo noroeste do atual Irã. Segundo explica o Museu Metropolitano de Arte, o local foi ocupado continuamente desde a Idade do Bronze. Situando-se perto do Lago Úrmia e das principais rotas comerciais da época. Assim, tornou-se um próspero centro de arte e comércio. Foi então que tudo mudou.
Por volta de 2.800 anos atrás, o assentamento foi brutalmente atacado por invasores desconhecidos. Especula-se que os invasores eram do Reino de Urartu; que mataram centenas de pessoas e incendiaram o assentamento.
Milhares de anos depois, arqueólogos exploraram o local, agora chamado de sítio arqueológico de Teppe Hasanlu. Por lá, descobriram que o massacre havia feito como que o local tivesse parado no tempo.
Por lá, muitas vítimas das brutalidades foram encontradas pelas ruas ou nas ruínas dos prédios que foram incendiados. O massacre também preservou um par de esqueletos, encontrados entrelaçados na década de 1970. Os "Amantes de Hasanlu".
A descoberta dos restos mortais aconteceu em 1972, quando arqueólogos da Universidade da Pensilvânia descobriram os esqueletos em uma caixa de tijolos de barro e gesso.
A pose dos corpos é sugestiva: com os dois esqueletos abraçados no que parece ser um último beijo; o que levou os pesquisadores a presumirem se tratar de "amantes" que aram seus últimos momentos nos braços um do outro.
O primeiro deles, encontrado deitado de costas, foi chamado de Sk 335. Sabe-se que ele tinha entre 19 e 22 anos quando morreu, aparentando dispor de uma boa saúde. O segundo, o Sk 336 — que estava deitado sobre o lado esquerdo, com a mão direita tocando o rosto do outro esqueleto —, tinha entre 30 e 35 anos e também estava saudável. Num primeiro momento, o Sk 335 foi identificado como homem e o Sk 336 como mulher.
Segundo o Museu Penn, ambos foram vítimas do massacre que ocorreu em 800 a.C.; os esqueletos apresentavam algum trauma do ataque, mas sem ferimentos fatais aparentes. Os pesquisadores acreditam que eles se esconderam na caixa; ou foram colocados lá dentro. Mas sabe-se que eles morreram juntos, deitados próximo um do outro, possivelmente por asfixia.
Apelidados de "Amantes de Hasanlu", os esqueletos foram expostos no Museu Penn nas décadas de 1970 e 1980. A história dos amantes comoveu os milhares de pessoas que aram pelo local, que se emocionaram com a história das vítimas que morreram tragicamente nos braços um do outro.
No entanto, pesquisadores vem alertando que grande parte da nossa interpretação dos "Amantes de Hasanlu" se baseia em pensamentos modelos. Afinal, estudos recentes mostraram que o esqueleto Sk 336 provavelmente é do sexo masculino — o que pode ressignificar a visão deles como um casal; embora ainda não seja improvável.
Os "Amantes de Hasanlu" eram realmente amantes? Pode ser que sim, embora não um casal heterossexual. Mas também existe a possibilidade que não: eles poderiam ser amigos, familiares ou até completos desconhecidos que se esconderam juntos em pânico e tentaram se consolar reciprocamente enquanto sua cidade era invadida e queimada.
A experiência humana é repleta de momentos difíceis e da necessidade de conforto do outro", escreveu o Museu Penn sobre os Amantes de Hasanlu.
"Enquanto esses dois indivíduos e os outros habitantes de Hasanlu enfrentavam juntos seu momento mais sombrio, um abraço de um amigo, amante, parente ou até mesmo de um estranho poderia ter sido o resultado natural de uma pressão extrema".
Mas esse não é o único mistério sobre os "Amantes de Hasanlu". Uma dúvida que surge é: eles entraram na caixa ou foram colocados por alguém lá? Depois: por qual motivo os arqueólogos não encontraram artefatos ou itens pessoais com as vítimas? Sendo que outras vítimas do massacre de 800 a.C. foram encontradas com itens como pulseiras e tornozeleiras, mas por que esses dois esqueletos não os tinham?
Mesmo após quase três mil anos, muitas dessas perguntas parecem impossíveis de se responder. Apesar das especulações sobre os "Amantes de Hasanlu" — que perderam a vida em um massacre sangrento, aterrorizante e misterioso — possivelmente nunca serem respondidas, a descoberta dos esqueletos mostra como os humanos podem encontrar um último suspiro de afeto mesmo em momentos tão cruéis.
Em 1972, durante escavações em um local de um massacre há 2.800 anos, arqueólogos encontrarem um par de esqueletos entrelaçados: "Amantes de Hasanlu". Mas será que as vítimas realmente eram um casal? Perguntas sobre a descoberta já duram anos e possivelmente jamais serão respondidas.