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Presença de cruzes esculpidas em colunas de pedra, além de fragmentos de cerâmica e vidro, indica que o local data da era bizantina
Em meio aos escombros de uma cidade marcada por anos de conflito, uma descoberta arqueológica inesperada trouxe um raro sinal de esperança: um trabalhador da construção civil encontrou um complexo de túmulos bizantinos com cerca de 1.500 anos, enterrado sob a cidade síria de Maarat al-Numan, na província de Idlib.
A cidade, situada entre Aleppo e Damasco, foi palco de intensos confrontos durante a guerra civil síria. Antes reduto da oposição, foi retomada pelas forças do ex-presidente Bashar al-Assad em 2020. Desde a queda de Assad, em 2024, moradores começaram a retornar e reconstruir suas vidas — e foi nesse contexto que as sepulturas antigas vieram à tona.
Segundo fala de Hassan al-Ismail, diretor de antiguidades em Idlib, repercutida pelo Independent, a presença de cruzes esculpidas em colunas de pedra, além de fragmentos de cerâmica e vidro, indica que o local data da era bizantina, período em que o cristianismo era a religião oficial do império com capital em Constantinopla — hoje Istambul.
O achado inclui duas câmaras funerárias subterrâneas, cada uma com seis túmulos de pedra, localizadas sob um bairro residencial. Acima do solo, apenas os blocos de concreto danificados pelos combates lembram a recente história de destruição.
Idlib, de acordo com al-Ismail, abriga cerca de um terço dos monumentos arqueológicos da Síria, com mais de 800 sítios registrados, além de uma cidade antiga.
Muitos desses vestígios pertencem ao legado bizantino e fazem parte das chamadas "Cidades Mortas", antigos assentamentos espalhados pelas colinas do noroeste do país, com ruínas de basílicas, túmulos, casas e ruas com colunatas.
A equipe de arqueólogos foi enviada rapidamente para inspecionar e proteger o novo sítio. A preocupação com a preservação é legítima: durante a guerra, muitos sítios arqueológicos foram danificados, saqueados ou encobertos por moradores temerosos de perder suas terras para o Estado.
Ghiath Sheikh Diab, morador local que presenciou a descoberta, espera que o novo governo ofereça compensações justas aos proprietários dos terrenos afetados e ajude os moradores desabrigados a reconstruir.
A descoberta despertou também uma memória coletiva ligada ao turismo e ao orgulho cultural. “Antigamente, muitos turistas estrangeiros vinham a Maarat só para ver as ruínas”, lembrou ao Independent o morador Abed Jaafar, que levou o filho para visitar os túmulos recém-revelados.
Precisamos cuidar dessas antiguidades, restaurá-las e trazê-las de volta à vida. Isso pode ajudar a reerguer nossa economia", concluiu.
Em um país onde tantas vidas foram soterradas pelo conflito, encontrar vestígios preservados do ado é mais do que uma coincidência arqueológica: é também um lembrete de que a cultura resiste — e pode ajudar a reconstruir o futuro.