Josh Firkins, herdeiro de uma tradição centenária, já encontrou diversos objetos escondidos em chaminés da capital inglesa
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 13/05/2025, às 16h30
Há mais de 20 anos limpando as chaminés de Londres, Josh Firkins já viu de tudo. Integrante da quinta geração da empresa familiar 'H Firkins and Sons', fundada em 1860, o profissional afirma que nenhum dia de trabalho é igual ao outro, e boa parte disso se deve ao que ele encontra dentro das lareiras.
Entre os achados mais incomuns estão um revólver da Segunda Guerra Mundial embrulhado em uma carta escrita em alemão, o diário de uma adolescente dos anos 1990, um anel de noivado perdido, um Rolex de ouro, e até esconderijos de dinheiro antigo.
"Também já encontrei várias cartas de amor antigas, inclusive de um médico que, por viver nos anos 1950 e ser gay, teve que escondê-las. Foi tocante", contou Firkins. Em outro caso emocionante, ele devolveu a uma mãe uma carta ao Papai Noel escrita por seu filho, que havia falecido recentemente.
No entanto, nem tudo são relíquias sentimentais. Em certos momentos, o trabalho envolve lidar com riscos sérios, como quando Josh descobriu um cano de gás instalado por engano dentro de uma chaminé. "Se algo tivesse vazado, teria causado uma explosão enorme. Eu disse à família: 'Vocês estariam morando num buraco, não numa casa'".
Entre as descobertas mais perturbadoras, está um chamado para auxiliar em uma casa onde foram encontrados restos humanos dentro de uma chaminé, provavelmente de um limpador de chaminés do ado. "Felizmente o corpo já havia sido removido quando cheguei", lembra.
E para quem acha que o trabalho é sempre sério, há espaço para o inusitado e o embaraçoso. "Antigamente, encontrávamos revistas pornográficas escondidas nas chaminés o tempo todo. Eu só colocava de lado e depois devolvia ao lugar, não queria ser culpado por elas se fossem descobertas!".
Atuando tanto em moradias populares quanto em mansões milionárias, Firkins afirma que um dos maiores prazeres do ofício é o lado social. "Volto a algumas casas há 15 anos. Vi crianças virarem adultos. Em outras, limpo lareiras decoradas com Oscars e Baftas".
Mas, segundo o 'New York Post', nem tudo é cinema: ele também foi parar na mansão de um possível oligarca russo. "Tinha segurança armada e me alertaram: 'Cuidado com o tapete, vale £150 mil'. E ele ficava bem na frente da chaminé".
