Tecnologia inovadora em lente de contato usa nanopartículas para ampliar os limites da percepção visual sem depender de eletricidade; entenda!
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 22/05/2025, às 15h15
Pesquisadores chineses desenvolveram lentes de contato capazes de oferecer uma visão além do espectro visível humano: pela primeira vez, é possível enxergar luz infravermelha com uma lente transparente e sem necessidade de fonte de energia.
O avanço foi publicado na revista Cell e marca um o inédito rumo à chamada "supervisão" humana — um recurso até então reservado a animais e dispositivos eletrônicos.
Ao contrário dos tradicionais óculos de visão noturna, essas lentes utilizam nanopartículas de conversão ascendente, que absorvem a luz infravermelha e a transformam em luz visível, permitindo que os usuários percebam simultaneamente as cores comuns e sinais em infravermelho, como os emitidos por LEDs ocultos.
"Mais da metade da radiação solar é infravermelha, e nós simplesmente não a percebemos", disse o Dr. Yuqian Ma, um dos cientistas envolvidos no estudo, na publicação.
Já o professor Tian Xue, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, afirma que a tecnologia pode ter aplicações que vão de mensagens secretas a novos dispositivos para correção de daltonismo.
Em testes, voluntários conseguiram identificar sinais luminosos em infravermelho mesmo com os olhos fechados — já que a luz infravermelha penetra melhor pelas pálpebras do que a luz visível. Ainda que as lentes atuais não detectem a radiação térmica de objetos quentes (infravermelho distante), os pesquisadores trabalham em aprimoramentos para alcançar esse nível de sensibilidade.
Segundo o 'The Guardian', o estudo também abre portas para aplicações biomédicas e militares, além de trazer implicações sobre a forma como percebemos o mundo. "Essas lentes são um marco na expansão sensorial humana", afirmou Xue.
Com mais avanços, a ideia de ter uma visão "estilo super-herói" pode deixar de ser ficção científica — e se tornar algo comum nos próximos anos. Uma abordagem semelhante pode ajudar pessoas com daltonismo, convertendo comprimentos de onda que elas não conseguem ver em tons que elas enxerguem.
