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O fim de ano dos vikings inspirou a celebração moderna dos cristãos e o bom velhinho herdou muito do rei de Valhalla
No mais frio e escuro do inverno, as pessoas se juntam no espírito do feriado religioso. É época de celebração. Com as casas decoradas com frutos vermelhos de azevinho e ramos de pinheiro, a aldeia mata e prepara os maiores bichos disponíveis. Então bebe alegremente e lembra a agem do velho barbudo pelos céus.
Esse era o Yule, a festa de fim de ano dos povos germânicos. Na Idade Média, havia duas versões dela: ao norte da Danevirk, a muralha que separa os dinamarqueses dos francos, germânicos cristãos de germânicos pagãos, o velho se chama Odin, os animais são um sacrifício aos deuses e toda a aldeia se reúne num templo. Ao sul, ele atendia por São Nicolau, e a quase mesma festa celebra o aniversário de Jesus Cristo. A missa é na igreja, claro.
Muitos dos símbolos e costumes de Natal foram alegremente canibalizados de tradições mais antigas. É intencional: a data foi escolhida no século 3 e oficializada em 336 para coincidir com o festival de Solis Invictus e do deus Mitra, populares em Roma, logo após as celebrações da Saturnália, um verdadeiro carnaval entre 17 e 23 de dezembro. Era uma decisão consciente de sobrescrevê-los e (esperavam) suprimi-los.
Antes, o Natal fora celebrado em muitos dias, conforme a opinião do bispo local. Ou dia nenhum, pois, era da opinião de muitos que a celebração de aniversários era um costume pagão. No fim das contas, uma coisa é convencer as pessoas de que os deuses são demônios, uma pálida comparação ao grande Deus único. Outra bem mais difícil é fazê-los parar de fazer festa.
“A Europa não pode viver sem um festival de meio de inverno”, afirma o historiador Richard Hutton, da Universidade de Bristol. Segundo ele, esses festivais são pré históricos. "Monumentos neolíticos na Grã-Bretanha, como o Stonehenge, estão alinhados com o alvorecer ou escurecer do solstício de inverno, mostrando como importante era o festival mesmo na Idade da Pedra. Isso atende a necessidades básicas humanas: luz, calor, plantas e celebração no momento mais frio, escuro e deprimente do ano".
Herdeiro da Saturnália e do Yule, o Natal era uma verdadeira arruaça na Idade Média (e algumas dessas arruaças aparecem a seguir). “As tensões entre as tradições populares e a opinião eclesiástica não diminuiriam com a universalização do Natal”, afirma a historiadora Penne Restad, da Universidade do Texas.
"Como um historiador da época bem definiu: ‘Os pagãos se tornaram cristãos – mas a Saturnália continuou’”. Obviamente, é um salto dizer que o Natal é um ritual pagão. Como lembra Hutton, a maioria das tradições data do século 19. Mas esse salto ainda assim foi dado por muitos cristãos.
Em 1644, os puritanos ingleses, após deporem o rei Carlos I em meio a uma Guerra Civil, simplesmente proibiram o Natal por considerarem-no “pagão”. A lei só seria derrubada com o retorno da monarquia, em 1660. Os escoceses foram além e reprimiram o Natal entre 1640 e, incrivelmente, 1958, quando voltou a ser feriado.
Só não se esqueça que, mesmo aqui no Brasil, nosso familiar bom velhinho, suando em sua fantasia no shopping, um dia deu as cartas como o rei de Valhalla.